Empresas com negócios na Polónia partilham
experiências na 4.ª edição dos Roteiros Millennium Exportação
A Polónia, posicionada no corredor transeuropeu
de transporte de mercadorias, assume-se, cada vez mais, como destino
para os investidores portugueses, atraídos pelos benefícios fiscais
e por um crescimento económico superior à média da UE.
Um total de 140 empresas com capital português
opera já neste país do Leste europeu, qualquer coisa como 15% do
investimento direto. E a expectativa é que aumente, prevê Jacek
Kisielewski, embaixador da Polónia em Portugal, que inaugurou, na
quinta-feira, a 4.ª Edição dos Roteiros Millennium Exportação.
Atraído pela isenção do IRC para pessoas
coletivas – que pode chegar até aos 70% -, o Grupo Simoldes
expandiu-se para a Polónia em 2003. Considerado o maior fabricante
de moldes da Europa, o grupo ficou surpreso com a agilidade das
candidaturas para aderir aos benefícios fiscais polacos.
Uma experiência partilhada pelo Grupo Carfi, que
fabrica plásticos e moldes. “Na Polónia existem menos obstáculos
para o investimento e nada é muito burocrático”, diz a
administradora Guida Figueiredo.
Para além da isenção do IRC, as empresas têm
acesso aos fundos de investimento europeus que, entre 2014 e 2020,
totalizam mais de 107 mil milhões de euros – um valor que coloca a
Polónia como a maior beneficiária dos fundos comunitários.
O forte dinamismo polaco traduziu-se num período
de crescimento económico ininterrupto. Contrariando as tendências,
na última década (2007-2016) a Polónia registou níveis de
crescimento superiores à média europeia, com um PIB de 3,5% anual.
E estima-se que continue a crescer ao mesmo ritmo até 2020 – uma
previsibilidade económica que lhe confere o título de “santo
graal” dos investimentos estrangeiros.
A Jerónimo Martins, líder de mercado no setor do
retalho, é outro caso de sucesso e contabiliza uma quota de mercado
de 20% no setor da distribuição alimentar polaca.
Riscos e oportunidades
De forma a contrariar o défice de conhecimento
das características do mercado polaco, os investidores portugueses
têm acesso às linhas de crédito de diversas entidades bancárias
nacionais presentes na Polónia.
No entanto, nem tudo é fácil, reconhece Nuno
Sereno, o diretor financeiro da Jerónimo Martins. “É essencial
conseguir convencer e respeitar o consumidor polaco, que é
extremamente consciente nas suas decisões de compra.”
Para quem quer investir
no país, há que considerar os fatores de insucesso, alerta ainda o
senior credit diretor do Millennium, Vítor Pinto. Estes têm que ver
com o facto de, na Polónia, existir “nacionalismo e protecionismo
dos consumidores locais” e, ainda, uma “tipologia de consumo que
não coincide com a cultura portuguesa”.
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